3 de novembro de 2008

perfume, teu cheiro, me assusta


Num passado assustei-me. No presente tenho medo. E no futuro?
Que deverei fazer se te receio?
Firmar o pé no terreno, fincar as unhas na carne e degolar esse monstro teu?
Tenho-te medo. Daquilo que me queiras entregar.
Fugir será solução…
Fugir mil quilómetros, fugir, fugi longe, fugi rápido.
Mas ultrapassados rostos conhecidos e desconhecidos, vi-me perdido e
O caminho para casa foi apenas um.
Fechar os olhos e senti-lo, descobri-lo no ar. O teu cheiro.
Seguir o teu cheiro! Mágico e horrível. Doce enovelado.
Segui-lo.
Segui-lo sabendo que nunca então se desvaneceu,
Nunca me abandonou, nunca me traiu.
Nem agora, nem antes, nem nunca, ao longo de terras distantes…
Esse que me assusta e me desterra. Esse que te adoro.
Poderei um dia perder o olfacto, mas em dia algum esquecerei o teu perfume.