12 de novembro de 2008

Fria


Frio.
Não te esquento, porque és fria. És fria não do frio.
Levito ao sol e regresso saturado. Partilho, forneço.
Calor.
Conduzo-to. Numa vez, única, o que tenho, o que posso, é teu.
Esfrio e não te aqueço. És fria. Fria e não é do frio.
Incendeio-me. Sou fogo. Quente, sou calor.
Vazo-te de energia. Renuncio, transfiro-to. Calor.
Dissipo-me na tua atmosfera. Calor, irradio.
Esse que morre, calor, que se derrama.
O teu frio que me corrompe.
Que se despista no meu calor e me esfria.
Esse teu frio, que me esgota.
És fria, fria mas não do frio.