31 de julho de 2006

fragmentos [part 2]

Desprevenido, fui apanhado de novo pelo pedacinho de papel que provocava agora um desafio suave ao egocentrismo. Contudo, apercebia-me desta vez, enquanto devorava aquele latim, que a minha amante não teria vez alguma coragem para se identificar, ou menos ainda para me falar enquanto com seus olhos me mostraria a sua índole.Curioso ainda era o facto da honestidade de quem me cantava, ser deveras original. Era eu uma paixão. Não me podia falar em amor, pois estaria a mentir. Só de vista me conhecia e o amor não nasce só do olhar…Mas agora me fazem sentido as minhas insónias. Eram oriundas das mil voltas em que rodopiava pela cabeça de uma menina que acordava e se deitava com um sorriso de desejo de me cheirar num cruzamento espontâneo no corredor mais estreito do velho edifício.