31 de julho de 2006

fragmentos [part 3]


Depois de tentativas sem conta falhadas, de encontro de algo mais, de notícias, de mais palavras calorosas de alguém de quem não sei nada, aparece um pedaço de papel com um cheiro peculiar. Um cheiro que nunca eu tinha cheirado. A que era que cheirava, só mais tarde percebi…Más notícias correm depressa, mas pela dor de receber, demoram a ler. Alguém finalmente confessava a coragem e o medo de ser rejeitado. A minha admiradora estava a renunciar ao que todo o seu corpo desejava alimentar. Com um poema, de adeus nas entrelinhas, terminava este pedaço e as palavras vinham ensopadas de frustração e dúvida, mas isto não evitava que alterassem o nexo e o sentido.
Era a despedida. Era o fim. É pena.
O cheiro a lágrimas ainda hoje permanece na carta. Lamento que algum dia me tenhas conhecido, queria-te evitar tanto sofrimento. Só saberei quem és, se dia algum te destapares...