17 de março de 2006

universos paralelos

ver-te no mar é ver-te em casa
numa dança com a beleza das ondas
num banquete de luzes e cores que saem do teu sorriso
acima e abaixo plana a vivência passada da tua alma
bela sereia a quem canto
vivemos antes em mundos diferentes e não foste capaz de aguentar
fiz tudo para que o resultado fosse positivo
mas as adversidades eram mais que bastantes
mundos quase paralelos que nem sempre permitem rebentos
de relações, de conjunções, de sentimentos
não fui suficiente corajoso, nunca estive ao teu nível
fui sempre covarde na tomada de atitude necessária
e deixei-te a ti vulnerável a qualquer loucura
das que levam um Homem há desgraça do desespero
e matam quem tiverem de matar por um fim
por um propósito muitas vezes sem nexo
apenas válido aos nossos mesmos olhos
que querem ver nada mais que um par de corações juntos
deste a vida ao vento porque não querias ver-te sem mim
as últimas lufadas podiam ter sido poupadas
para um adeus, um beijo soprado, um perdão inocente
mas teu ar foi consumido pela angústia de abdicares
de um verdadeiro amor impossível pela distância
preferiste não me ter que ter-me ao longe
e vou-me culpar até ao fim dos meus dias
por não me ter a Ele entregue primeiro...