14 de fevereiro de 2006

quattordici mio amore

o sol já sepultado por detrás das montanhas
matou as sombras que figuras fazia estranhas
bem lá ao fundo encontrei tal acanhado
quando me aproximei falei ao mal lavado

cabelo imundo lhe jazia no pescoço
tentei afastá-lo provocando algum alvoroço
seus olhos amedrontados acabaram por fugir
via-se neles o desejo deste mundo poder sumir

pegando num pano pra face limpar
fiquei maravilhado com aquele lindo olhar
era o oposto do que tinha percebido
era uma linda mulher que me tinha aparecido

sem perguntas demais a fiz o corpo lavar
momentos antes de seu perfume me infectar
o ranger da velha casa morreu para nós
deixando só tu e eu e a bela da tua voz

com teu nome fui baptizado agora
e de repente queres voltar embora
com tão terrível medo de morte
que seja mais um monstro na tua sorte

nenhum Valentim eu fui ou sou
apenas um traste que se apaixonou
se teu nome é só o que me dás
então corre que não irei atrás

fica apenas sabendo neste instante
que se ficares serei teu amante
se saíres pra voltar à tua dor
acredita que não encontrarás o amor