14 de setembro de 2005

predominante revolta

por que me enfrentas
sabes bem do que sou capaz
e nem te preocupas
ousas enfrentar-me?

imagina que sou um monte de pedra maciça
nunca me rasgarás num vale
nunca nenhum rio humano se cruzará no meu caminho
ousas enfrentar-me?

não podes duvidar da minha autonomia
não penses que dás cartas na minha vida
incomoda-te não seres assim
ousas enfrentar-me?

sou invejado por isso
mantém-te rasteiro e não terás problemas
faz-te presente acima de mim e cairás
ousas enfrentar-me?

não te faças grande à minha entidade
aviso-te uma, não penses que duas
limita-te ao teu mundo, ao ter ser, à tua vidinha
ousas enfrentar-me?

a barreira que a ti te imponho
é muito forte e obesa
duvida ao sentir que a transpões
ousas enfrentar-me?

quando pensares que podes tomar o rumo da minha vida
lembra quem nela prevalece, quem nela prepondera
e foge a sete pés pois te queimarei com todo o fogo que expelirei
e ainda assim
ousas enfrentar-me?