24 de abril de 2007

jardim desbotado


ó avó, perdoas-me?
tanto tempo passou
tanta chuva caiu
e tantas pragas passaste.
reviraste o estômago
escureceram-se os teus olhos
vezes sem conta por mim,
que imensa dor te causei
sem arrependimento e sem culpa.
sinto uma jaula em meu redor
uma dor depressiva que não morre
nem com drogas, nem com álcool,
nem com cem cigarros incendiados.
vejo em mim o covarde que não te salvou
e pior que tudo, vejo o dia de ontem
em que olvidei as tuas flores,
e não reguei o teu jardim,
que nunca antes havia abandonado.