22 de outubro de 2006

deixa-te esquecer

há tanto tempo te desejo perdoar
mas é tão difícil contornar a razão
queria deixar a luz participar
talvez fazer mudar a negação

ouço acordes enquanto penso em ti
não só sons latidos mas melodias
morreu o meu amor que antes senti
mas quando te lembro são só os bons dias

encontrar o perdão de uma ferida aberta
é tão árduo como não saber esperar o fim
como não ter a sorte dada como certa
é querer fingir não saber mais de mim

gentes que por aí vivem magoando
brincando sérios jogos de manipulações
que se riem dos lanhos jorrando
a dor de viver de negações

doeu ouvir das tuas palavras
só náusea me dás, me cantaste
mudaste como flechas lançadas
do tudo ao nada depressa me deixaste

não te perdoo amor a saudade
que me induziste cá dentro do corpo
choro por amares a liberdade
e pensares que te amarro a mau porto