27 de setembro de 2006

a minha definição de amor


o amor é uma catástrofe
é um desmoronamento de uma montanha díficil de derrubar
que é a destreza mental
é uma trovoada que se repercute por todos os cantos do corpo
o amor é como o fundo do mar
a pressão é infinita e não nos deixa respirar
o amor é um ferro quente
que deixa marcas, muitas vezes tatuagens de fogo numa pele que é a nossa
o amor é como álcool
que nos embriaga deixando-nos em devaneios da loucura
moribundos da bebedeira
ficando sem pernas pra fugir
o amor é uma covardia
uma falta de arrojo para desculpar a permissão do sexo, da paixão
o amor é uma perversão
faz nas vítimas engendradas manipulações mentais
o amor é rançoso
quando nos deixa um sabor a vómito na boca
azedando todo o nosso ser por dias infindos
o amor é uma carrada de pretextos para deixarmos de nos sentir sós
porque sentimos pena da nossa própria solidão, da nossa mísera existência
o amor são rezas ao além
para encontrar a felicidade, quando ela está dentro das nossas cabeças
o amor é complicado
é um ardor, uma dor de barriga
uma náusea sem regras de severidade intensa
que rasga o próprio domínio e nos catapulta no destino
o amor é um incêndio contínuo da alma
que provoca um formigueiro interior só extínguivel com lágrimas
o amor é uma palavra famosa
usada com ou sem sentido por toda a gente que o ama ou o odeia
o amor não devia existir
ele encobre no seu íntimo mágoa demasiada