24 de fevereiro de 2006

faz a tua cama!

já o suor gorduroso me escorria pelas costas
quando parei um pouco pra respirar
respirar observações de um mundo sem vida
o sol não ajudava nem um pouco
não se deixava bronzear por qualquer nuvem um único momento
por entre as macieiras me esgueirava da sua lente
mas acabava sempre por ser flashado por entre a rama
as fontes estavam completamente sem vida
sem o seu sangue congénito
o céu deixou de lacrimejar
apesar de ofendido e melindrado
os rios eram agora meras cicatrizes de feridas mal curadas
de desgraças trespassadas
de castigos antrópicos
o mundo foi julgado culpado num caso de pura inocência
onde o único e verdadeiro culpado vagueia tranquilo
sem lacerações de consciência
é imperativo cuidar da própria casa
pois não é só uma morada, um lar de todos
é também a vida do grande conjunto
todos temos um bocadinho