8 de janeiro de 2006

sofrimento egoísta

é fácil pra ti esquecer as palavras
os gestos que marcam
os olhares que prendem
mas não fazes ideia do que corre no sangue
a mágoa pode ser fatal ao ponto de derramar uma gota
e a solidão que me envolve é tal que já nem sei o que é sorrir
corres tão à frente de mim e nunca sequer olhas para trás
fitas só numa direcção
e na minha sei que não é
sofro noite e dia por saber que para ti sou,
apenas um acaso
e que nem uma lembrança de alegria te causo
nem um único sorriso maroto ao sonhar com um passado comum
nada!
um único segundo te peço
onde seja alguém para ti
um segundo apenas
onde nossos olhos cruzem um reflexo vivido
e talvez possas recordar o que tivemos antes
juntos!
e nos encontrarmos num lugar desconhecido por todo o mundo
cujo caminho só nós dois conhecemos
um lugar dentro de cada um de nós
privado a tudo o resto
deixa-me entrar de novo no teu
pois a porta do meu sempre esteve aberta...