23 de dezembro de 2005

saia tua que canta

enquanto sacudia o vermelho no ar
seu cheiro poluía todo o ser
e tão longo tecido rodava como um tornado
orfão de forças

suaves pancadas no batuque que provocam euforia
bateres de palmas ritmados pela porrada no taco
acordes muitos, lembram montes longinquos
aquela voz, bem sensual
deixa sobressair os agudos da forma mais doce
e os graves que todos conhecemos das nuvens,
quando formam terriveis tempestades
pronúncia única, eleva os sentidos a outro mundo
incerteza das palavras, que deixa uma brisa,
fria e envolvente, exacta a uma manhã de Abril

ocorrem momentos em que hipnotizas a roda
e de bocas bem abertas, gritam teu nome
puxam, para que a encantes
da forma que só a ti ensinaram
e que só tu sabes manusear
és a serpente a quem canto
que sais do cesto expelindo sensualidade
fazendo perfume da tua feminidade
roda-la, bates o pé,
teus cabelos enfrentam teus olhos
uma mão na anca e outra no ar
fazes do teu espectáculo
uma erupção do teu espírito
brotando uma loucura sexual
que procura o interior de cada um,
que te observa de magia no sorriso