1 de novembro de 2005

life's just too mecha

já cansa lembrar que o futuro é previsto
pois não somos mais que uns robots da sociedade
andamos uma era a realizar a boa vontade a todos
somos vítimas de uma, quase, obrigação
de fazer o que é certo, de dizer o que fica bem
manisfestar os desejos normais, vulgares
que incorporam no âmbito do senso comum
que nos tornam mais uma ovelha do rebanho

protocolos impostos, indirectamente,
que nos ensinam como falar, andar,
rir, chorar
se saimos um pouco da rotina somos chicoteados
castigados em praça pública
tornados chacota pelo vulgo
apenas por não nadarmos na direcção comum ao dito correcto

para quê?
para no fim sermos cobertos pelo mesmo pedaço de terra
para na altura não haver diferença alguma,
entre os que viveram segundo as regras
e os alcunhados de doidos, de dementes
valerá a pena?
não rodeado de pedra e barras de ferro, mas
preso a uma monotonia de vida
que desde a própria existência do ser encarcerou
todos aqueles que não se acham dignos da liberdade

com tamanha evolução, incredulamente, sem nexo
chegar-se-á ao ponto em que nascemos sem mente
e nessa altura somos programados para fazer o que
alguém achou ser digno de uma vida

eu,
não vou chegar a casa,
preparar um banho
vestir um fato, uma camisa e uma gravata, de cor negra
pentear-me e colocar um pouco de base para dar cor
e deitar-me à espera que me digam que chegou a hora da minha morte!
viverei conforme as minhas regras...
...conforme o que eu achar melhor