10 de setembro de 2008

reticências



Gosto muito de pontos finais. São segundas oportunidades paridas.
Ao contrário de vírgulas que só adiam a miragem dos propósitos.
Não gosto de aspas. Sugerem roubos de ideias.
Os travessões são enfadonhos, levam-me, na maioria das vezes, a sítios perdidos da fantasia, a analepses fatigantes.
A vulgaridade dos dois pontos, melancólicos pela convivência. Nunca caminham pelo próprio pé. Não sabem o que é solidão. Existem sempre conexões a algo.
A arrogância, a insolência, o atrevimento dos pontos de exclamação é impressionante. A forma como se manifestam e o jeito singular de remate é, claramente, um exagero de extravagância.
E a confusão que geram as reticências, as convencidas que deixam dúvidas e sempre tudo no ar…