9 de outubro de 2005
mundo cruel
a porta bateu
chegaste para minha infelicidade
mal entraste o meu coração ritmou
de forma apressada a rebentar
tudo menos cruzar-me contigo
lanças no ar odor a ódio e revolta
gritas com ela
sentes-lhe a face com tua porrada
ela chora
ela grita
eu não
aí olhas para mim
saboreias o medo que nos separa
sou eu, sim
podes-me castigar o corpo
mas não mazelas mais o meu espírito
olho para ela
sorrio, uma última vez
os olhos soltam tão confortante brilho
que a acalmo
ela arrepia
sabe que algo vai acabar
imagina o meu fim
mas adivinha a minha paz
com um golpe de morte que me ofereces
voo até ao cimo
largo a carne, as entranhas
aí vejo o cenário passado
vejo-te forte por detrás e aí
pedes perdão por teus pecados
de tão inocente mulher
libertas-te de tão vil mundo
e encontras-me no nosso canto
onde és apenas mãe
e eu apenas cria