tag:blogger.com,1999:blog-87055712024-03-14T08:05:16.730+00:00clube de tintab.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comBlogger110125tag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-55419255384326817602017-08-24T10:43:00.000+01:002017-08-24T10:43:22.637+01:00contei-tefizemos um relógio.<br />
um relógio que contava a partir do nada.<br />
um instrumento perfeitamente armado, mas imperfeito.<br />
não contava os segundos, nem os minutos ou as horas.<br />
calculava os dias, as semanas e os meses.<br />
uma enumeração confusa e pouco matemática,<br />
uma mecânica irreversível e incontornável.<br />
o meu relógio balbuciou, hesitou e doeu.<br />
era o nosso relógio que parou.<br />
o meu relógio perdeu-se no seu próprio tempo.<br />
era um nosso relógio que resfriou.<br />
parou no três.<br />
começou do nada, mas parou na raiz quadrada.<br />
de mãos apertadas, e sós, tentamos contar,<br />
desnorteados, até ao quadrado do seu tempo,<br />
sabendo que seremos esmagados pela imperfeição,<br />
pela incapacidade de saborear o quanto estava cronometrado.<br />
parou num três, mas devia contar um nove...<br />
este relógio está estragado e podre e vamos deitá-lo fora.<br />
não sabemos se seria um relógio leve ou pesado ou lindo ou feio,<br />
mas sabemos que o guardaríamos junto ao peito até os nossos pararem.b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-10075490338307141842017-08-18T11:04:00.001+01:002017-08-18T11:04:30.680+01:00ruídovivo num ruído que não se ouve<br />
um ruído que não se fala, não se vê, não se sente<br />
um ruído que só eu ouço, mas que não se ouve<br />
um ruído que sou eu e ninguém mais quem gera.<br />
dói-me a cabeça, dói-me os ouvidos<br />
uma dor do som que este ruído me dá<br />
uma dor que não dói como as dores<br />
uma dor que só dói a quem o ouve<br />
o som desse ruído que só eu sinto<br />
esse ruído que só eu ouço e que ninguém mais ouve<br />
esse ruído que só mais dói a quem me vê ouvir<br />
procuro incessantemente parar este ruído<br />
mas é um ruído tão forte que não se sabe<br />
e sem o saber, não lhe posso pôr mão.<br />
<br />
b.<br />
<br />
<br />
<br />b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-21979054685625325052010-11-13T22:39:00.002+00:002010-11-13T23:27:01.588+00:00de tinta secadeixei-a descoberta e agora a minha tinta secou.<br />por mais que agarre esferográficas e pedaços de papel violado que preencha, tudo permanece inalterado.<br />a tinta não se faz ver e o papel vira-se virgem.<br />escrevo mas nada fica registado, não há mais tinta, de facto.<br />pareço mudo. o que possa falar é aquilo que não conseguirei documentar<br />e o que não é escrito não é dito, jamais. tudo acaba por desvanecer, como tinta devorada pela chuva de janeiro.<br />tenho tanto para dizer e tanto onde o escrever e não consigo que a minha caneta se me faça encarnar.<br />estes pedaços de mim que querem passar a ser palavras escritas, frases, prosa, sequências,<br />nunca morrerão num baú de madeira e trancas de ferro e cheiro a moedas de tostão.<br />poderia procurar outra forma de o fazer, outra caneta, outra tinta.<br />mas se o encontrar e as letras sairem desconfiguradas ou avessas ou difamadas ou até desconceituadas, será, da mesma forma, como se nascessem mudas.<br />não se pode construir história sem tinta. não se faz história lançando palavras ao vento.<br />preciso da minha tinta. preciso de voltar a ser caneta.b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-73812952016796682102010-01-26T11:21:00.002+00:002010-01-26T11:27:23.395+00:00poupem-te<div align="justify"><a href="http://trappedinh4mess.files.wordpress.com/2007/09/chained.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 436px; CURSOR: hand; HEIGHT: 334px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://trappedinh4mess.files.wordpress.com/2007/09/chained.jpg" border="0" /></a>Cuspo-te pensamentos impacientes pois já não sou capaz de gritar.<br />Deixo-te coberta de saliva, de salpicos ensanguentados.<br />Bolço-te porque a garganta não solta palavras, apenas sonância.<br />Sons abafados e tão ásperos quanto a minha capacidade.<br />Já não há mais voz, mas grito. Grito sem ser capaz de gritar.<br />Grito-te como se o fim do mundo dependesse das minhas cordas vocais.<br />Grito mas não me faço ouvir. Faço-me ouvir, mas não te escuto resposta.<br />Esperneio do que resta da minha saúde. Sovado.<br />Das forças que evito à evaporação. Tosado.<br />Vejo-te, dorido, na tua própria dor.<br />Vejo-te mas não me vês,<br />Amarrada e vendada e amordaçada na minha frente.<br />Que te salvem.<br />Que me transformem num monte de carne negra, moída, odorante, mas que te poupem. Desta minha tortura, tu e eu, nossa, que te salvem.<br />A ti, eu escolho. A ti, eu salvo. </div><div align="justify">Que te salvem enquanto apenas posso gritar no silêncio da minha captura.</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-46058870494562547772009-06-30T10:29:00.001+01:002009-06-30T10:34:01.545+01:00de futuro perdido<div align="justify"><a href="http://www.hauntedamericatours.com/occult/GatesofHell/Blake_Satan.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 328px; CURSOR: hand; HEIGHT: 326px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://www.hauntedamericatours.com/occult/GatesofHell/Blake_Satan.jpg" border="0" /></a>Magoa-me cada vez que respiro.<br />É uma dor que não é física, mas é mensurável, garanto.<br />É a dor de quem não sabe que rumo tomar. De quem o perdeu, de quem o vendeu.<br />É a dor da angústia de estar perdido, de não saber qual o caminho.<br />A dor que se sente quando se inspira.<br />A que não se afasta quando se expira.<br />Vou vivendo, mas não vivo. Sou um fantoche nas mãos do destino. Agora, apenas, uma serpente de olhos vendados.<br />Sempre que tento fugir à trajectória desejada sou alvejado.<br />Nunca atingido em partes vitais, uma espécie de castigo de quem dispara.<br />Hás-de arrastar-te sangrando, mas não morrerás, pensarão. Sofrerás, ao invés.<br />Foi, é e será a eterna paga do meu pecado.<br />O crime de quem se vendeu à entidade errada. Um erro comum de quem deseja conhecer aquilo que não merece.<br />O futuro a Deus pertence e ninguém o pode destapar.<br />A Ele pertence e assim se deve manter.<br />Jamais acreditem em quem vos queira vender a falsa pertença.</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-72944543486568807512009-05-08T16:46:00.000+01:002009-05-08T16:48:56.472+01:00momentos<div align="left">Vida.<br />A vida são momentos.<br />Momentos previamente definidos para cada ser.<br />Decididos e predestinados às coisas vivas.<br />Às que respiram.<br />As que respiram vida e portanto momentos.<br />Se nos alimentamos desses instantes, como será então a morte?<br />Se acontece em tão ínfimo espaço de tempo, não será somente mais um momento?<br />Haverá necessidade de temer tal inesperado?<br />E se o último momento vivido for o melhor alguma vez saboreado?<br />A resposta é incerta.<br />Morrer poderá, até, ser como um orgasmo infinito.<br />Só o saberemos nessa ocasião.<br />Só o saberemos nesse tempo. Nesse momento.<br />O último dos momentos.<br />Momentos. Instantes.<br />A vida é feita destes lances.<br />De um. Dois. De imensos, nunca infinitos.<br />A vida são momentos.<br />E a morte é só mais um…</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-49017892286781547822009-04-22T15:15:00.001+01:002009-04-22T15:19:12.359+01:00somos vértices<div align="center">Quem és tu que me exploras?<br />Quem és tu e porque me especulas?<br />Sou pouco e tu colossal.<br />És a razão do desafino de uma charanga.<br />Enquanto somente existo.<br />És o sol na escuridão enquanto eu<br />A escuridão ao sol.<br />O teu tom é doce e subtil.<br />O meu é violento e só te polui.<br />Porque não foges desta voz áspera?<br />Porque tentas mastigar as arestas,<br />Quando ambos somos vértices de um polígono?<br />Somos cantos distintos.<br />Ângulos desconhecidos.<br />Não podemos ficar juntos.<br />Nem sequer sei quem és,<br />E pareces demasiado grande…</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-89649593979975965862009-04-01T11:40:00.003+01:002009-04-01T20:16:02.976+01:00mentiras<a href="http://3.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SdNFCUfYR5I/AAAAAAAAAEI/qt_tQcp1q4g/s1600-h/mentiras.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5319671491017066386" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 225px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SdNFCUfYR5I/AAAAAAAAAEI/qt_tQcp1q4g/s320/mentiras.bmp" border="0" /></a> <div align="center">O dia das mentiras.<br />Hoje é esse dia.<br />O mais verdadeiro dos dias e é o das mentiras.<br />É o único em que se mente e logo se desmente.<br />O dia das mentiras desmentidas.<br />O dia das mentiras desmedidas.<br />Mas todo o mundo está ciente da verdade de cada uma delas.<br />Dessas mentiras que, por si mesmas, se alimentam.<br />Que se autodestroem, inertes, depois de contada toda a sua história.<br />Um conto de ficção que não se revela ameaçador.<br />O dia das mentiras.<br />O dia jocoso do decremento do Decálogo.<br />Hoje não é só dia dos inseguros ou dos sacanas.<br />É o dia dos falsos mentirosos.<br />Dos que nem precisam de cruzar os dedos.<br />Pois é o dia das ilusões sem valor.<br />O curioso dia das mentiras.</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-56931060507567771102009-03-05T09:56:00.004+00:002009-03-06T11:30:09.867+00:00sorriso na luz<div align="center"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/Sa-h8m7_PeI/AAAAAAAAAEA/x0UCTd-W3IM/s1600-h/Ocean-blue-Print-C11714636.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5309640548309482978" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 266px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/Sa-h8m7_PeI/AAAAAAAAAEA/x0UCTd-W3IM/s320/Ocean-blue-Print-C11714636.jpg" border="0" /></a> A cidade ainda me castiga com o teu cheiro.<br />Com a tua alegria.<br />Vejo o teu sorriso em todos os cantos iluminados.<br />Em todos os sítios onde nasce e vive essa energia.<br />Fomento a tua saudade. É legítimo, não consigo omiti-lo.<br />Queria seguir as tuas pegadas, mas não te encontro o caminho.<br />A cidade ainda me castiga com o teu cheiro.<br />E eu não o consigo perseguir.<br />Esse rasto que se perde nos mares que nos separam.<br />Onde, oxalá, as margens não se repelissem como ímanes em confronto.<br />Onde mil barcos naufragaram no próprio destino.<br />A cidade ainda me castiga com o teu cheiro.</div><div align="center">E o meu desígnio não consegue escapulir-se.</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-15811581411002851102009-01-28T10:53:00.001+00:002009-01-28T10:55:57.458+00:00o menino, sem a menina<div align="center"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SYA5drWzBOI/AAAAAAAAADo/_3o8k3KfCew/s1600-h/absm.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5296296343805035746" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 241px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SYA5drWzBOI/AAAAAAAAADo/_3o8k3KfCew/s320/absm.jpg" border="0" /></a><span style="font-size:78%;"> Imagem </span><a href="http://ixtab.blogia.com/upload/20061221173110-el-rostro-del-abismo-by-najuzaid.jpg"><span style="font-size:78%;">daqui</span></a><span style="font-size:78%;">.</span></div><div align="center"> </div><div align="center">A menina deu-me um caderno.<br />Um caderno de páginas brancas.<br />Sem conteúdo, sem vida.<br />Um caderno de capa negra.<br />Deste caderno, nasceria um livro.<br />Um livro com estórias. Contos.<br />Contos da menina e do menino.<br />As primeiras páginas foram escritas.<br />Escritas folhas de gritos e suspiros.<br />Foram passados momentos e sentimentos.<br />Demarcadas emoções em volta de novas palavras.<br />Palavras que desconhecia.<br />Foram transcritas vivências inesquecíveis.<br />Que só reviverei com a leitura,<br />Desse livro, que nasceu caderno.<br />Esse caderno de páginas brancas e capa negra.<br />Esse livro que foi rasgado e as páginas soltas.<br />Lançadas ao vento, asfixiadas pelo salitre,<br />Desse mar ao fundo do abismo.</div><div align="center">O abismo onde, sozinho, se encontra o menino.</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-61667948229908720602009-01-19T16:14:00.002+00:002009-01-19T17:09:17.660+00:00por terras distantes<div align="center"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SXSxwKv-gfI/AAAAAAAAADg/iJXa9JUx2rQ/s1600-h/angel.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5293050903144595954" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SXSxwKv-gfI/AAAAAAAAADg/iJXa9JUx2rQ/s320/angel.bmp" border="0" /></a><span style="font-size:78%;"> Imagem <a href="http://mangelm.blogspot.com/">daqui</a>.</span></div><div align="center"> </div><div align="justify">Quanta coragem terá sido necessária para te levarem de mim?<br />Que sem vergonha, ser desprezível, feito justiceiro, decidiu que o teu lugar era longe?<br />Porque tens de partir, minha boneca de claras madeixas?<br />Foges da minha esfera de protecção e nada posso fazer.<br />Amarraria uma corda em torno da tua cintura.<br />Degolaria nossos troncos, na esperança que o sangue jorrado nos unisse numa única crosta.<br />Cortaria tuas pernas, se isso significasse morte à tua fuga incitada.<br />Frágil ser sem sexo. Formosa entidade que me enterneces.<br />Doce espírito que me acolhe nessa bolha tão terna quanto tuas asas proporcionam.<br />Anjo na terra.<br />Serás outras terras e mares, outros rios e pontes, pessoas e animais, dialectos e sentimentos desconhecidos. Serás nova. Transformar-te-ás.<br />Morrerá a menina, nascerá a mulher. Só teus olhos de tubarão serão perpétuos.<br />Viajarás para a terra de ninguém, para a terra onde meu coração não mora, mas para onde quer que voes, a minha alma te seguirá.</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-48751699694457176382009-01-08T11:34:00.001+00:002009-01-08T11:36:37.302+00:00suturados<div align="center"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SWXk4wpMxyI/AAAAAAAAADE/0asmf3xZy7A/s1600-h/nolips.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5288885001198028578" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 101px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SWXk4wpMxyI/AAAAAAAAADE/0asmf3xZy7A/s320/nolips.JPG" border="0" /></a> E se me quiseres beijar?<br />Natural e apaixonadamente.<br />Se quiseres respirar o meu oxigénio?<br />Roubar o imperturbável espaço de que sou dono.<br />Vou suturar os meus lábios,<br />Unindo ambas as carnes numa só.<br />Nascerá a minha defesa, então,<br />Ninguém beijará alguém sem boca.<br />Jamais me quererás, nunca sairei magoado.<br />A minha gravata cinge um só colarinho.</div><div align="center">E o meu pescoço há muito que o abunda.</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-58754144587641645662008-12-30T11:04:00.000+00:002008-12-30T11:06:33.970+00:0044 segundos<div align="center"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SVoAjyXTwBI/AAAAAAAAAC8/t9yYbTYGXQs/s1600-h/papel_msg.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5285537727487655954" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 296px; CURSOR: hand; HEIGHT: 227px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SVoAjyXTwBI/AAAAAAAAAC8/t9yYbTYGXQs/s320/papel_msg.JPG" border="0" /></a> 44 segundos.<br />Sem lugar a respostas,<br />Sem sequer tempo para quaisquer perguntas.<br />Ruídos que interferiram nos discursos, como turbinas mirabolantes.<br />Uma gala de soluços contraídos que molestaram as palavras.<br />Que mataram algumas delas.<br />De onde poucas saíram ilesas, isentas do medo do flagrante.<br />Essas que empenhadas num breve esforço, que misturadas com os passos de infinitos desconhecidos, debitaram uma leve frase…<br />Uma leve frase de peso elevado.“Sinto a tua falta!”.</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-32353566346191125882008-12-20T02:32:00.002+00:002008-12-22T10:51:45.270+00:00secret place<div align="center"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.andrewlrogers.com/img/07_HiddenPlaceStudy_01.JPG"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 347px; CURSOR: hand; HEIGHT: 420px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://www.andrewlrogers.com/img/07_HiddenPlaceStudy_01.JPG" border="0" /></a> Há dias que te espero no meu esconderijo.<br />Espero a tua companhia, essa presença que me alenta.<br />Nada nos impede, coisa alguma te protege dessa fuga,<br />Ousada como a própria definição do que nos une.<br />Protecção.<br />Essa que não te existe e que teimas em respeitar.<br />Somos peões de xadrez. Precisamos de abrigo.<br />Precisamos de esconderijo, esse que te presenteio.<br />Sinto-te cá, metade. Aclamo todo o teu ser, dias, meses, anos.<br />Somos animais, perdidos, sem abrigo.<br />Perde o medo, esse receio de que te alberguem.<br />Sou o dono do esconderijo. Pode ser teu, pode ser nosso.<br />Vamos ser reis, vamos ser naturalmente selvagens no nosso sítio.<br />Fundiremos os nosso sexos numa unidade e venceremos<br />No nosso pequeno e secreto esconderijo.<!--EndFragment--></div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-87934915481857203772008-12-13T22:12:00.001+00:002008-12-13T22:14:25.114+00:00suave murmúrio<div align="center"><a href="http://www.agshin.mn/wp-content/uploads/2007/08/homesick.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 480px; CURSOR: hand; HEIGHT: 640px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://www.agshin.mn/wp-content/uploads/2007/08/homesick.jpg" border="0" /></a> Julgas que tudo vês e nem me enxergas.<br />Nem me imaginas em teu redor, pela noite,<br />Porque te finto a respiração e não me sentes.<br />Madrugo pelo teu território quando é escuro.<br />Madrugo despido, nessas trevas,<br />Pernoito ao teu colo e não dás conta.<br />Sou o teu fantasma que não te assombra.<br />Um espírito que não te quer mal.<br />Uma entidade que te saboreia os lábios,<br />Que te sussurra docemente,<br />Que suspira o teu nome ao ouvido,<br />E a única reacção que te provoca,<br />É um largo suspiro de saudade.<br />Esse eco nostálgico do coração.</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-81288471672857956892008-11-12T22:49:00.001+00:002008-11-12T22:54:31.983+00:00Fria<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SRteWfe8YAI/AAAAAAAAACw/37m0YZZqCqM/s1600-h/coldwoman.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 226px; height: 320px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SRteWfe8YAI/AAAAAAAAACw/37m0YZZqCqM/s320/coldwoman.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5267907929641345026" /></a><br /><div style="text-align: center;">Frio.<br /></div><div style="text-align: center;">Não te esquento, porque és fria. És fria não do frio.<br /></div><div style="text-align: center;">Levito ao sol e regresso saturado. Partilho, forneço.<br /></div><div style="text-align: center;">Calor.<br /></div><div style="text-align: center;">Conduzo-to. Numa vez, única, o que tenho, o que posso, é teu.<br /></div><div style="text-align: center;">Esfrio e não te aqueço. És fria. Fria e não é do frio.<br /></div><div style="text-align: center;">Incendeio-me. Sou fogo. Quente, sou calor.<br /></div><div style="text-align: center;">Vazo-te de energia. Renuncio, transfiro-to. Calor.<br /></div><div style="text-align: center;">Dissipo-me na tua atmosfera. Calor, irradio.<br /></div><div style="text-align: center;">Esse que morre, calor, que se derrama.<br /></div><div style="text-align: center;">O teu frio que me corrompe.<br /></div><div style="text-align: center;">Que se despista no meu calor e me esfria.<br /></div><div style="text-align: center;">Esse teu frio, que me esgota.<br /></div><div style="text-align: center;">És fria, fria mas não do frio.</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-89798193124724165282008-11-03T09:47:00.003+00:002008-11-03T09:53:15.916+00:00perfume, teu cheiro, me assusta<a href="http://1.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SQ7JrB2guoI/AAAAAAAAACo/RWmrNVCcT5o/s1600-h/img-perfume-lg.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5264366755511319170" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 318px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SQ7JrB2guoI/AAAAAAAAACo/RWmrNVCcT5o/s320/img-perfume-lg.gif" border="0" /></a><br /><div align="left">Num passado assustei-me. No presente tenho medo. E no futuro?<br />Que deverei fazer se te receio?<br />Firmar o pé no terreno, fincar as unhas na carne e degolar esse monstro teu?<br />Tenho-te medo. Daquilo que me queiras entregar.<br />Fugir será solução…<br />Fugir mil quilómetros, fugir, fugi longe, fugi rápido.<br />Mas ultrapassados rostos conhecidos e desconhecidos, vi-me perdido e<br />O caminho para casa foi apenas um.<br />Fechar os olhos e senti-lo, descobri-lo no ar. O teu cheiro.<br />Seguir o teu cheiro! Mágico e horrível. Doce enovelado.<br />Segui-lo.<br />Segui-lo sabendo que nunca então se desvaneceu,<br />Nunca me abandonou, nunca me traiu.<br />Nem agora, nem antes, nem nunca, ao longo de terras distantes…<br />Esse que me assusta e me desterra. Esse que te adoro.</div><div align="left">Poderei um dia perder o olfacto, mas em dia algum esquecerei o teu perfume.</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-10381902819168577652008-09-29T21:12:00.007+01:002008-09-30T09:39:57.588+01:00bela morena<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SOE2yrQmjKI/AAAAAAAAACg/SVDGDMGHHG4/s1600-h/37555~Dancer-in-Front-of-a-Window-Dancer-at-the-Photographer-s-Studio-circa-1874-77-Posters.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5251538884724427938" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SOE2yrQmjKI/AAAAAAAAACg/SVDGDMGHHG4/s320/37555~Dancer-in-Front-of-a-Window-Dancer-at-the-Photographer-s-Studio-circa-1874-77-Posters.jpg" border="0" /></a><br /><p align="justify">Não sei o teu nome.<br />Sei nada sobre ti. Deduzo que nunca vá saber.<br />Pela janela te vi dançar. Não me viste.<br />Ontem, hoje, vi-te. Amanhã será que voltas?<br />Danças ao som das cortinas que contigo dançam.<br />Espero que o vento nunca deixe de as ritmar ao teu passo.<br />É diferente a cada nota, a cada sopro.<br />És jazz, és pop, rock, és reggae, és melodia, és formosa, estou apaixonado.<br />A miscelânea dos rodopios que me fazem desejar o teu espectáculo e me obrigam nos finais de tarde a roubar-te a privacidade.<br />Anseio a noite pelo dia. Rezo pela morte da angústia de te enxergar pelo menos outra vez.<br />Quão rápida será a dor de te perder?Se nunca fugires dessa sacada, eu prometo manter-me por este balcão.</p>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-5025009693963282382008-09-26T11:27:00.001+01:002008-09-26T11:28:43.848+01:00pequena estrela<a href="http://1.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SNy5PWwh9HI/AAAAAAAAACY/4xag0_N8Mxs/s1600-h/alpha_cen-060713-41cm-6sec-800asa-nz-s.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5250274939065463922" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SNy5PWwh9HI/AAAAAAAAACY/4xag0_N8Mxs/s320/alpha_cen-060713-41cm-6sec-800asa-nz-s.jpg" border="0" /></a>Tem-me seguido uma estrela. É pequena e não tem brilho.<br />Passaram alguns meses desde a primeira percepção da sua companhia.<br />Parecia que me queria falar, contar um segredo, quem sabe…<br />Sempre que ouvia alguma espécie de suspiro, voltava-me na tentativa de ver a origem, mas só reparava numa luz que esvanecia quase instantaneamente. Era como se esta entidade se tentasse esconder do meu olhar.<br />Esta noite, estive atento! Vi-a e sem dúvidas sussurrei “é só uma pequena estrela”.<br />Mas não era só uma estrela. Era a minha alma que outrora cegava de resplandecência, que se notabilizava por entre as restantes.<br />Mas estava magra, agora.<br />Estava num avantajado estado de decrepidez.<br />Sinceramente, dava dó só de a ver.<br />Algo me matou a alma.<br />O quê ou quem, não sei…b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-26434701022016038732008-09-10T11:31:00.002+01:002008-09-10T11:34:59.748+01:00reticências<div align="left"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SMeiSY-Wi8I/AAAAAAAAACQ/ctlc1g4D1fQ/s1600-h/pontua%C3%A7%C3%A3o.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5244338727921552322" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SMeiSY-Wi8I/AAAAAAAAACQ/ctlc1g4D1fQ/s320/pontua%C3%A7%C3%A3o.bmp" border="0" /></a><br /><br /><div align="justify">Gosto muito de pontos finais. São segundas oportunidades paridas.<br />Ao contrário de vírgulas que só adiam a miragem dos propósitos.<br />Não gosto de aspas. Sugerem roubos de ideias.<br />Os travessões são enfadonhos, levam-me, na maioria das vezes, a sítios perdidos da fantasia, a analepses fatigantes.<br />A vulgaridade dos dois pontos, melancólicos pela convivência. Nunca caminham pelo próprio pé. Não sabem o que é solidão. Existem sempre conexões a algo.<br />A arrogância, a insolência, o atrevimento dos pontos de exclamação é impressionante. A forma como se manifestam e o jeito singular de remate é, claramente, um exagero de extravagância.<br />E a confusão que geram as reticências, as convencidas que deixam dúvidas e sempre tudo no ar…</div></div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-22456819919106176022008-09-05T10:12:00.000+01:002008-09-05T10:16:23.312+01:00atenta em mim!<div align="center"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SMD4f4lLWkI/AAAAAAAAACI/4lLcc7B2e4M/s1600-h/ojos.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5242463192907209282" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/SMD4f4lLWkI/AAAAAAAAACI/4lLcc7B2e4M/s320/ojos.JPG" border="0" /></a> Vejo-te os olhos cem pares de vezes,<br />Mas teu par não se cruza com os meus.<br />Envio-te pecados, voando,<br />Que morrem, absolvidos, à chegada.<br />Bato palmas, canto, assobio,<br />Pulo, salto no vazio.<br />São socorros da minha alma que me fogem,<br />Pacotes de sentimentos que te envio,<br />Piruetas de chamamento, em dose quase excessiva, mas<br />Empanturrada dessa energia convocas<br />O meu desejo, a minha presença,<br />A perecerem como extinções.</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-82071345712790193832008-09-03T13:43:00.000+01:002008-09-03T13:45:27.966+01:0003.09.2008<div align="center">Nem a noite negra<br />Sem as estrelas<br />Sem a lua<br />Nada me faz parar<br />Nem as gotas de chuva que certamente me borratam a escrita<br />Não escrevo o que vejo<br />Nem vejo o que escrevo<br />Sou comido pela escuridão<br />E por lobisomens da imaginação<br />Mas não paro de escrever<br />Sou livre, nada impede<br />Enquanto me for permitido empunhar a caneta<br />Serei servo do desejo de escrita<br />Quer saiam acordes perfeitos<br />Quer nasçam alinhamentos embaraçados</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-14311745648872841572008-07-14T22:10:00.004+01:002008-07-14T22:18:47.514+01:00olhos estranhos<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.beadsandsupplies.com/images/Novelty_Items/Glow_In_The_Dark_Toys/Glow_Toy_384.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px;" src="http://www.beadsandsupplies.com/images/Novelty_Items/Glow_In_The_Dark_Toys/Glow_Toy_384.jpg" alt="" border="0" /></a><div style="text-align: center;"><!--StartFragment--> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="" lang="PT"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="" lang="PT">Fiz-te triste hoje, fiz-te chorar.<br />Nem mil desculpas merecem perdão.<br />Joguei tudo ao céu, joguei tudo ao mar<o:p></o:p><br />Joguei lá bem alto, voou como um balão.<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="" lang="PT">Ficaram estranhos, os teus olhos<o:p></o:p><br />Perderam o brilho, até a cor<o:p></o:p><br />Morreu tua alegria, teus sonhos<o:p></o:p><br />Ficou só a mágoa, a dor.</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="" lang="PT"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="" lang="PT">Liberta-te de mim, sou perigoso<o:p></o:p><br />Ainda não é tarde, para o teu coração<o:p></o:p><br />Serei mais que belo e amoroso,<o:p></o:p><br />Serei a tua perdição.<o:p></o:p><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="" lang="PT">Não serei tua confidência<o:p></o:p><br />Sou fechado como um caixão<o:p></o:p><br />Sou assim, não é coincidência<o:p></o:p><br />E não mudarei do pé p’ra mão.</span></p></div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-55867291744763333672008-07-07T23:27:00.003+01:002008-07-07T23:35:33.484+01:00somos marionetas<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.ellenrixford.com/graphics/MechanicalPuppetsGraphics/BetablockerPuppetWebpix.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px;" src="http://www.ellenrixford.com/graphics/MechanicalPuppetsGraphics/BetablockerPuppetWebpix.jpg" border="0" alt="" /></a><div><br /></div><div style="text-align: center;">somos todos feitos de madeira e cordéis, somos fantoches,<br /></div><div style="text-align: center;">por vezes de plasticina</div><div style="text-align: center;">matérias-primas nas mãos de quem nos saiba moldar.</div><div style="text-align: center;">por mais maciços que nossos corpos sejam, haverá sempre quem seja capaz de os esmagar,</div><div style="text-align: center;">de os esticar e amarrotar, de os transformar.</div><div style="text-align: center;">a realidade que vemos e escutamos é a percepção que nos é impingida.</div><div style="text-align: center;">o futuro não depende de nós, nem do âmago do destino,</div><div style="text-align: center;">depende da sorte de quem escolhemos para nos conduzir na dança...</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8705571.post-77410511713826971572008-03-31T13:43:00.001+01:002008-12-11T11:58:26.615+00:00rua 39<a href="http://3.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/R_DciAOIySI/AAAAAAAAABI/DPpp0nZkTPk/s1600-h/darkstreet.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5183885647836399906" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 257px; CURSOR: hand; HEIGHT: 368px; TEXT-ALIGN: center" height="352" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_JEIofuYVl-8/R_DciAOIySI/AAAAAAAAABI/DPpp0nZkTPk/s320/darkstreet.jpg" width="257" border="0" /></a><br /><div align="justify">Corria junto com o vento, pelas ruas da amargura, já o dia tinha despistado a cor.<br />Perdido no meio de nenhures, senti que era um desconhecido naquele lugar, na rua 39…<br />Na altura não percebi bem o porquê daquele nome.<br />Perguntando-me várias vezes da razão de ali estar, a resposta era sempre a mesma. Fugir aos sentidos! Fugir de ti e finalmente fugir de nós…<br />Mas onde estava eu? Não via ninguém, só se ouvia a explosão do mar nas rochas ali ao pé. Em que espécie de deserto podia eu estar, sem sequer me ter apercebido de ter entrado?!<br />Idas e voltas, perguntas sem respostas. Até o eco insistia em morrer à nascença.<br />E aquele número tão estranho, que não me saía da cabeça.<br />Quando me apercebo encontro a sair do escuro, aquilo que me pareceu um coração. A sua forma definia-se melhor à medida que nos íamos aproximando. Tive a certeza, era um coração! Impossível? Neste momento, já tudo me parecia possível…<br />A primeira reacção foi viajar dali para fora, mas algo me fez duvidar da minha própria sanidade mental e decidi ficar, conversar, apurar verdades e acima de tudo saber o meu paradeiro.<br />Aquele coração estava claramente afectado com alguma coisa. Notava-se um batimento anormal, sereno demais para um coração.<br />Enfrentando-o com o desejo de saber os “porquês”, ouvi as seguintes palavras:<br /><br />“Estás perdido, não estás? Sem rumo? Queres saber quem sou? Queres saber porque estás sozinho?<br />Estás dentro de ti mesmo! Estás perto do teu próprio coração, estás perto de mim.<br />Estás sozinho, pois só tu aqui podes vir. É uma gruta onde só o teu brilho ilumina o caminho.<br />Chamei-te aqui, porque em breve deixarei de te sentir. Estou a morrer!<br />Porquê?<br />Porque são desgostos demasiados que tenho sofrido. Apaixonas-te e abandonas-me, abandonas-me e apaixonas-te.<br />São já quase 4 dezenas de vezes que foges aos teus sentimentos e quem se ressente sou eu.<br />Pois estou fraco. Não irei aguentar mais esta mágoa, desisto de ti como tens desistido de mim… Nunca queres saber de mim e portanto, deixarei de te ser útil.”<br /><br />Acordo em sobressalto.<br />Um sonho? Pesadelo?<br />Parecia tão real…</div>b.http://www.blogger.com/profile/13177245856920432904noreply@blogger.com