30 de junho de 2009

de futuro perdido

Magoa-me cada vez que respiro.
É uma dor que não é física, mas é mensurável, garanto.
É a dor de quem não sabe que rumo tomar. De quem o perdeu, de quem o vendeu.
É a dor da angústia de estar perdido, de não saber qual o caminho.
A dor que se sente quando se inspira.
A que não se afasta quando se expira.
Vou vivendo, mas não vivo. Sou um fantoche nas mãos do destino. Agora, apenas, uma serpente de olhos vendados.
Sempre que tento fugir à trajectória desejada sou alvejado.
Nunca atingido em partes vitais, uma espécie de castigo de quem dispara.
Hás-de arrastar-te sangrando, mas não morrerás, pensarão. Sofrerás, ao invés.
Foi, é e será a eterna paga do meu pecado.
O crime de quem se vendeu à entidade errada. Um erro comum de quem deseja conhecer aquilo que não merece.
O futuro a Deus pertence e ninguém o pode destapar.
A Ele pertence e assim se deve manter.
Jamais acreditem em quem vos queira vender a falsa pertença.